Anvisa proíbe Parationa Metílica em agrotóxicos

Nota da Campanha: No dia internacional de luta contra os agrotóxicos, a Anvisa baniu a Parationa Metílica. Este ingrediente ativo, altamente tóxico, foi o 27o mais vendido no Brasil em 2013, com 1.548 toneladas. Desenvolvida nos anos 1940 pela IG Farben, a Parationa Metílica é mais um exemplo de arma de guerra utilizada na agricultura. A IG Farben produzia, entre outros, o gas Zyklon B, que matou milhares de judeus nas câmaras de gas da Alemanha nazista.

O detalhe sórdido na notícia abaixo fica por conta do comentário do diretor da Anvisa, para quem o banimento do ingrediente ativo “colabora para a melhoria da imagem da agricultura brasileira”. Num momento em que a Europa ameaça endurecer o controle sobre os resíduos no Brasil, a imagem da agricultura parece ser realmente o mais importante para a Anvisa.


 

por Leonardo Gottems/Agrolink

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou o banimento da Parationa Metílica, um ingrediente ativo de agroquímicos. A decisão foi tomada em reunião ordinária pública (ROP 25/2015) da Diretoria Colegiada da Agência, na última quinta-feira (03.12).

Para justificar a decisão, o órgão afirma estar baseado em “evidências científicas que demonstram a extrema toxicidade deste ingrediente ativo” e de parecer da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), que elaborou nota técnica para subsidiar a proposição de regulamento técnico para a substância. A Anvisa também havia submetido a Parationa Metílica a consulta pública.

Em seu parecer, a agência utiliza ainda o argumento de que a substância foi banida ou teve o registro cancelado em 34 dos 45 países pesquisados. Nos Estados Unidos, por exemplo, foi proibida há dois anos, e mesmo nos países onde há autorização de uso, isso se dá somente mediante severas restrições.

O relator do processo e diretor da Anvisa Ivo Bucaresky lembra que o banimento da Parationa Metílica ocorre após exaustivo iniciado em 2008. “Essa medida é muito importante para a saúde humana e para o meio ambiente, por banir uma substância altamente tóxica, e colabora para a melhoria da imagem da agricultura brasileira”, justifica.

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